terça-feira, 25 de agosto de 2009

A despejar....

Se eu própria me bastasse fugiria para sempre. Mas sou frágil como um grão de neve. Derreto-me com leves sussurros e a ternura estonteia-me. Sofro de constante abstinência de amor.

Sobre o que deveria escrever? Sobre sexo? Sim, eu penso muito nisso. Mesmo fazendo esforços para afastar esses pensamentos, essas imagens, essas impressões que queimam, perturbando a atenção, elas tomam conta de mim, do meu corpo e da minha alma, durante longos momentos.

Se estivesses aqui, agora mesmo, seguramente estaria a violar os botões da tua roupa com os meus dedos ansiosos para tocar o teu corpo, aquecê-los na tua pele e misturá-los com o teu cheiro.

Não devia ter-te deixado entrar assim na minha vida, não devia. Mas não pude evitar. Entraste em mim num assalto e foi doce não resistir. Agora quero expulsar-te e não consigo. Perdi-me em ti, por descuido. Por vezes julgo, enlouquecida, que nem sequer exististe. Fecho os olhos e faço por fixar uma só imagem na memória, um só movimento curto dos teus braços, um sorriso na tua cara, uma única palavra, boa ou má. A imagem escorrega, desfaz-se no centro ou nos cantos. Quanto mais tento, menos me escapa. Volto atrás e recomeço. O que me vem não é o mesmo. Não quero abrir os olhos para não ter que não te encontrar. Quando me encontraste não precisava de ti.

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